sexta-feira, 8 de maio de 2009

Garoa

Acordei, mas não sei ao certo se estou acordada.
Talvez seja a minha manhã nostálgica,
talvez seja a chuva que dança, que cai.

Chuva nostálgica e reflexiva.
Me lava, me induz ao interno.
Me lembra que dentro de mim há um ciclo,
sobre o qual estou presa.
Me liberte chuva, se torne tempestade e me leve.
Preciso que me arranque pela falsa raiz,
que sei que não me prende verdadeiramente.

Há tantas fases em meu ciclo,
mas quase todas tem um ponto fixo em comum.
Será ele mesmo fixo?
Será que me prende? Que me quer presa?
Será este ponto tão egoísta?
Acho que nunca saberei ao certo.
Mas me libertarei,
farei de mim tempestade.

Cai chuva, alimenta as plantas mães,
traga esperança, me alimente.
Estou saindo do eixo, não quero girar.
Não quero ser ciclo, quero ser caminho.
Caminho guiado por teus rios.
Chove, me molhe, me faça ninar.
Me faça sorrir livremente.
Quero ser chuva.
Quero ser livre.