terça-feira, 9 de novembro de 2010

Refletir

Há tempos venho pensando em voltar a escrever, por muito tempo esse simples ato foi uma das minhas maiores válvulas de escape. Porem abria a pagina do blog e nada saia, simplesmente não sabia por onde começar.
Uma certa época pensava que só conseguia escrever quando estava triste, ou confusa, ou com euforia extrema. Mas fui percebendo que eram desculpas para não me expressar quando queria. Pensava até que não tinha o porque escrever já que não sou boa nisso, mas sinceramente não quero ser escritora só expor. Porém meu maior medo era esse. Me expor.
Isso me leva a pensar: Por que temos tanto medo de nos mostrar, nos abrir?
Isso não é um ato científico, calculado, 2+2=4, se expor é igual a ser vulnerável, muito pelo contrario. Se expor pode ser muito bom, podemos fazer com que as pessoas nos vejam melhor, nos entendam melhor sabe? Algo do tipo: Eu sou isso aqui cara, agora você pode enxergar se quiser!
Muita coisa teve que acontecer para eu chegar nesse pensamento, muitas mudanças, percas, ganhos, muita transição, e isso continua... Mas no final ainda não sei como fazer isso, como mostrar ao mundo quem eu sou, o que sinto o que penso. Algo nesse meio se perdeu, uma parte de mim que já foi muito aberta se fechou de uma forma que não consigo entender. Que simplesmente não consigo achar.
Acho que isso me levou a parar de escrever, parar que "me expor", seja por palavras, por atos, por textos, por qualquer forma. É como se as vezes agisse de forma contraria, vivesse na contramão fugindo da verdade de quem eu sou, do que eu sinto.
Ao longo desse ano percebi que cansei dessa "fuga", cansei de não ser o que realmente sou, e isso me afeta bastante. Pessoas se foram e não tiveram oportunidade de saber quem realmente era a pessoa que elas conviviam. Espero muito que pelo menos uma parte tenham conseguido enxergar.
Cansei de viver em busca de auto-conhecimento, pra que viver procurando incansavelmente algo que apenas se deve sentir e aceitar?
Em resumo disso tudo? Dessa ladainha toda?
Não me busco mais, não me procuro mais, apenas me exponho ao que sou, como um reflexo, e reflito isso ao mundo. Chega!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A delicadeza com a profundidade de Godard

Para aqueles que me conhecem não é novidade a minha paixão pelo cinema. Ainda mais pelos clássicos e cults.
Ontem fazendo uma pesquisa visual sobre o Godard me deparei com a seguinte cena de Vivre sa Vie (1962), na qual ele nos presenteia com esse incrivel dialogo entre sua esposa na época, Anna Karina (Nana) e o Filosofo francês Brien Parain. Observem a delicadeza da cena, em contra posição da profundidade dos assuntos... Um excelente diálogo que deve ser muito bem refletido.


Então, essa é a volta do Some True Lies... Muito tempo afastada, mas retomando aos pouquinhos.. Gosto muito desse cantinho aqui.
Beiiijos Lô.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A menina e a cidade dos sonhos...

Era um vez uma menina que seguia no seu caminho de dúvidas. Apesar de viver sempre muito inconstante, ela sempre tentava se focar em algo, jogava sua força toda no seu único objetivo: Se encontrar!
Ela já havia passado por muitas cidades momentâneas, pensando ter se encontrado em cada uma delas. Até que um dia ao encontrar uma cidadezinha colorida e disforme, ela respirou e disse:
- Ah! Sei que esse caminho será meio complicado, não sou tão habilidosa para viver nesta cidade, mas me esforçarei, gosto de viver aqui! Esse lugar me passa liberdade!
E assim a menina pensava finalmente ter se encontrado...
Os dias foram passando, o seu ciclo mudando e a menina continuava fixa. Oras! Por mais adversidades que ela encontrava nessa cidade, ela conseguia se sentir em casa lá... Tinha bons vizinhos e bons caciques!
Mas a menina sempre fora muito indecisa, muito insegura, e nunca soube ao certo se ela conseguia ser uma boa locatária lá! Apesar de seu coração as vezes sorrir nessa cidade.
Até que um dia um vento muuuuito forte soprou no rosto da menina e disse:
- Terás que deixar essa cidade! Tens que viver como todos! Tens que viver como eu viveria se fosse humano! Sua missão é me resgatar e me tornar humanizado!
A menina chorou! Ela não queria deixar a única cidade, que embora ela vivesse com inseguranças, era aceita! A única cidade que se sentia capaz de ser cidadã! A menina se sentiu perdida... Não sabe pra que outra cidade correr, não sabe se nasceu para pertencer a uma cidade ou ser vento!
Pobre menina! Nunca saberá se nasceu para ser cidadã dessa cidade! No fundo ela chora, pois sabe que nasceu pra ser vento, não nascera para nada mais...